quarta-feira, 29 de abril de 2009

Gazeta em forma de e-meio 86

A teoria da conspiração

Sobre os fatos publicados na última Gazeta passamos a dar início à compreensão da inusitada ocorrência de vir a ser um bigboss de uma multinacional farmacêutica o ministro da Defesa (no caso, da Guerra) dos EUA e o chefe todo poderoso do Pentágono. Fica esclarecido naqueles fatos a até então obscura - omitida e até negada - realidade de que a indústria famacêutica, em princípio uma indústria que deveria ser dedicada à saúde e à paz, forma, ao lado da indústria bélica e da mídia hegemônica (outra indústria que, a princípio, deveria ser dedicada à informação e à paz), um dos principais tentáculos da política de guerra do Império contra o mundo.

É possível suspeitar, inclusive, diante daqueles fatos, que seja a indústria farmacêutica a mais poderosa e secreta arma de guerra atualmente manejada pelo Pentágono. Eis por que, no período de quintessência e auge das políticas chamadas neoliberais a serviço do Império, foi este órgão máximo da estratégia e ação belicista imperial encabeçado por um dos próceres daquela indústria.

Que o leitor não comece a pejorar esta introdução como uma “teoria da conspiração”: tal tem sido a reação quase automática de muita gente, toda vez que se toca em assuntos semelhantes. Hábito, aliás, implantado nas mentes humanas pela própria mídia hegemônica. Pois eis que o professor de Filosofia das Religiões da Universidade de Claremont, Califórnia, David Ray Griffin, atualmente dedicado ao desmantelamento do que ele chama a “teoria oficial da conspiração” do 11 de setembro de 2001, leciona que “acreditar numa teoria da conspiração significa simplesmente acreditar que um determinado fato é resultado de uma conspiração. Assim, segundo a interpretação do 11 de setembro dada pela dupla Bush-Chenney, que se converteu na interpretação oficial, os atentados foram o resultado de uma conspiração entre Obama Bin Laden e 19 membros da Al Qaeda. Essa versão oficial é, por conseguinte, uma teoria da conspiração.”

Podemos acrescentar a esse dito que toda a interpretação de fatos constitui-se, sempre, numa teoria. Tal teoria pode ser próxima ou distante da verdade dos fatos, dependendo do modo de observação da realidade. Se observada pela lógica formal, a realidade é vista apenas superficialmente e pode ser facilmente sujeita a manipulações. Este é, em geral, o modo de observação da mídia hegemônica quando quer manipular: se um sujeito é pego com as mãos sujas de sangue nas imediações de onde ocorreu um crime, então esse sujeito só pode ser o assassino da vítima, especialmente se a cor da sua pele for negra. Se observada pela lógica dialética, como nos tribunais de justiça, onde a busca da verdade se faz pela análise profunda dos fatos, através de provas científicas e pelas contradições dialéticas das partes de defesa e acusação, a sentença nada mais é, quando produzida por juízo competente e consciencioso, do que uma teoria bem sustentada na verdade dos fatos, a qual será válida, legalmente, para absolver ou condenar o acusado, não importando de que cor seja a sua pele. Isto apenas como exemplo.

Não temos aqui a pretensão de fazer julgamentos de quem quer que seja. Apenas reivindicamos o direito de fazer uma avaliação dos fatos a partir de informações fidedignas, em profundidade, e, aplicando a lógica dialética ao nosso raciocínio, elaborarmos nossas próprias teorias e discernimentos a respeito deles. Esse é um direito de todos, o qual está sendo sistematicamente negado à opinião pública pela manipulação da mídia hegemônica e suas interpretações capciosas dos fatos, sempre produzidas em raciocínios que mal se sustentam sequer na lógica formal quando não são totalmente absurdos ou verdadeiros insultos à inteligência do público.

O nosso direito de elaborar teorias sobre os fatos que nos ocorrem se alicerça na idéia de que precisamos delas para a busca de soluções para os nossos próprios problemas, sejam eles individuais ou coletivos, quando não para os problemas da Humanidade mesma, como é o caso que agora abordamos.

Se a indústria farmacêutica capitalista se posiciona como arma de guerra a serviço do Império - cuja cabeça ao que parece se reduz em cerca de 130 pessoas que se julgam proprietárias do planeta e se reunem às escondidas para tramar em cima de propósitos inconfessáveis e para conspirar contra a liberdade dos povos - como ficou claramente demonstrado pelos fatos expostos na Gazeta anterior –, isto significa uma séria ameaça à Humanidade, maior até do que a ameaça nuclear.

É, então, um direito de todos os povos do mundo pôr um fim a tão perigosa quanto ardilosa conspiração, que nos ameaça a todos e ao futuro da Humanidade e do planeta, e combater com contundência tudo o que lhe diz respeito, em particular o sistema que a engendra – o sistema capitalista, berço de quase todas as causas e razões dessa sórdida conspiração.

Esse combate já está se dando em várias latitudes e longitudes e, no caso brasileiro, é preciso que seja retomado com urgência a partir de estratégias e idéias próprias, as quais se fazem temas da próxima edição da Gazeta.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Gazeta em forma de e-meio 85

Dr. Sartana, a globalização e o “sistema”

Matéria publicada no site português Um Homem das Cidades, em 6 de outubro de 2005 , intitulada “Rumsfeld lucra com a gripe aviária”.

A “Gripe aviária” é a última burla utilizada pelas companhias farmacêuticas para gerar lucros.“

Finalmente, as peças do puzzle começam a fazer sentido,” escreve o Dr. Joseph Mercola, autor de Programa de Saúde Total (EUA) - Total Health Program. “O presidente Bush quis instalar o pânico neste país dizendo-nos que, no mínimo, 200 mil pessoas iriam morrer com a pandemia da gripe aviária, e que o número de mortes poderia chegar aos dois milhões só aqui nos EUA.”

“Este embuste é então usado para justificar a compra imediata de 80 milhões de doses de Tamiflu, um remédio inútil que não trata de forma nenhuma a gripe aviária, apenas diminui o tempo de duração da doença e que pode contribuir para que o vírus sofra mutações mais letais,” continua Mercola. (grifo da Gazeta)

“Portanto, os EUA fizeram uma compra de 20 milhões de doses desta droga inútil a um custo de 100 dólares por dose. A verba atinge espantosos 2 bilhões de dólares.”

O ministro da Defesa, Donald Rumsfeld, ex-presidente da Gilead, o fabricante do Tamiflu, retira também grandes lucros, já que continua a ser um dos grandes acionistas da companhia. O porta-voz do Bilderberg (uma associação internacional informal de personalidades poderosas no mundo da política e da alta finança, que se encontram todos os anos), Etienne F. Davignon, e o ex-secretário de Estado, George Schultz, também fazem parte da direção da Gilead. Outro Bilderberger habitual é Lodewijk J.R. de Vink, com lugar na direção da Hoffman-La Roche, parceira da Gilead.

Por outras palavras, a burla da “gripe aviária” vai gerar lucros escandalosos a indivíduos (suínos? - indaga a Gazeta) como Schultz, Rumsfeld, Davignon e de Vink.

E de onde vem o Tamiflu?

Segundo o website da Gilead, “Em setembro de 1996, a Gilead e a F. Hoffmann-La Roche chegaram a um acordo de colaboração no desenvolvimento e comercialização de terapias para tratar e prevenir gripes virais. Segundo o acordo, a Roche teria direito exclusivo, em nível mundial, aos inibidores de gripe de propriedade da Gilead, incluindo o Tamiflu.

É bom lembrar que Rumsfeld adora burlas farmacêuticas. Foi ele, como director da G.D. Searle, que pressionou a FDA (Food and Drug Administration - agência governamental americana que regula e fiscaliza a fabricação de comestíveis, drogas e cosméticos) para aprovar o Aspartame.

A FDA bloqueou a sua aprovação durante dez anos até Rumsfeld ter conseguido a sua aprovação. Hoje, o Aspartame, um adoçante artificial tão onipresente como tóxico, continua a envenenar a América e o mundo.

(http://citadino.blogspot.com/2005/10/rumsfeld-lucra-com-gripe-das-aves.html)


Matéria publicada em 8 de março de 2009, no site português da MRA Alliance, intitulada: “Baxter, Tamiflu, Rumsfeld e a gripe aviária”.

(A MRA Alliance é uma rede de advogados construída a partir dos relacionamentos da Miguel Reis & Associados - Sociedade de Advogados, com sede em Lisboa, e da Miguel Reis Advogados Associados, com sede em São Paulo)

Caso Baxter: a multinacional farmacêutica norte-americana Baxter International, com sede em Deerfield, Illinois, nos últimos meses vendeu vacinas contaminadas com o vírus da gripe aviária a duas dezenas de países, entre os quais europeus, alerta o site científico alemão LifeGen. Esta notícia tem implicações diretas com uma substância ativa patenteada pela Gilead Sciences, uma empresa fundada há 20 anos pelo ex-chefe do Pentágono, Donald Rumsfeld.

O caso foi descoberto pela rede científica PROMED, segundo a qual a Bartex, através da sua subsidiária na Áustria, “forneceu, não intencionalmente (!!?? – grifo e exclamações da Gazeta), amostras contaminadas com o vírus da gripe aviária, que foram usadas em laboratórios de três países vizinhos.”

A PROMED revelou que a contaminação foi descoberta em fevereiro, num laboratório da República Checa, após a morte de doninhas inoculadas com vacinas produzidas a partir das amostras enviadas da sede da Bartex, em Deerfield, Illinois, para a sua subsidiária na Áustria. A empresa norte-americana comunicou o incidente ao ministério da Saúde, em Viena. A porta-voz do ministério, Sigrid Rosenberger, confirmou à PROMED a contaminação das amostras com o vírus H5N1.

Vlad Dan Georgescu, co-autor do livro “A máfia da Saúde: como nós, pacientes, somos lesados”, no artigo “Fora de controle: laboratórios sob ameaça bioterrorista e pandêmica”, levanta uma série de dúvidas sobre a negligência da empresa e das autoridades sanitárias dos EUA e da UE relativamente à manipulação de amostras de alto risco. Georgescu considera o “Caso Bartex” uma real ameaça à saúde pública. Num outro texto refere a existência de “sérios sinais de a muito esperada pandemia da gripe aviária estar prestes a contaminar o mundo, mesmo sem o erro da Baxter.”

Caso Tamiflu: sob a designação comercial Tamiflu, o medicamento antigripal é atualmente produzido pela multinacional suíça Hoffman-La Roche. Porém, os méritos curativos do Tamiflu são questionados por vastos setores das comunidades médica e científica e desencadearam acesa controvérsia, conforme notícias publicadas nos sites MSNBC, New York Times, Medical News Today e Bloomberg. Denúncias de efeitos psiquiátricos colaterais abundam em publicações especializadas acessíveis via Internet. Em 1996, a Roche adquiriu da Gilead Sciences os direitos para a produção do Tamiflu. Em 2005, as duas empresas acertaram o pagamento de royalties. Desde então, a Gilead recebe entre 14% a 22% do resultado das vendas líquidas do antiviral seletivo.

Em 1988, o médico Michael Riordan e o político e gestor profissional Donald Rumsfeld fundaram a Gilead Sciences. Durante quatro anos (1997-2001), Rumsfeld presidiu os destinos da empresa, cargo que abandonou para assumir o posto de secretário da Defesa, em janeiro de 2001, na primeira administração Bush/Cheney. Quando se encontrava na direção do Pentágono, Rumsfeld mobilizou esforços para que a gripe aviária fosse vista pelos poderes executivo e legislativo como “uma ameaça à segurança nacional”. A tese vingou e foi bem acolhida pelo Partido Democrata, então na oposição: “Uma pandemia de gripe é real, e as suas consequências seriam dramáticas”, pode-se ler num de seus documentos. Em julho de 2005, o Pentágono, dirigido por Rumsfeld, encomendou à Gilead USD 58 milhões de Tamiflu para “tratamento das tropas estacionadas no estrangeiro”. Meses depois, em novembro, o Congresso aprovou um pacote legislativo para a criação de um fundo de emergência para combate à possível pandemia gripal, no montante de USD 7,1 bilhões. A lei previa a compra e distribuição de Tamiflu. Valor orçamentado a favor da Roche/Gilead – 1 bilhão de dólares.

Quem é quem na Gilead?

Os lucros de Rumsfeld através das suas participações na Gilead foram noticiados em outubro de 2005, por, entre outros, o jornalista Nelson D. Schwartz, no site da CNN. “Os receios de uma pandemia e as subsequentes disputas sobre o Tamiflu fizeram passar os títulos da Gilead de USD 35 para USD 47 dólares por ação, tornando o chefe do Pentágono - que já é um dos homens mais abastados do governo Bush - ainda mais rico em, pelo menos, um milhão de dólares.”

Refira-se que, quando Rumsfeld abandonou a presidência da companhia (2001), as ações estavam cotadas a USD 7 dólares. A partir de 2004, o valor dos títulos registraram um aumento superior a 57%, voltando a subir mais 20% até novembro último. As valorizações correspondem aos meses em que o Pentágono realizou as primeiras compras e à aprovação do fundo de emergência, pelo Congresso. Entre os atuais acionistas e diretores mais conhecidos da farmacêutica norte-americana destacam-se dois pesos pesados da política global: um belga, Étienne Davignon, e outro, norte-americano, George Schultz. O primeiro, antigo vice-presidente da Comissão Européia, é destacado membro do Bilderberg, organização de acesso ultra restrito, que reúne 130 pessoas muito influentes, em nível mundial, num evento anual rodeado de segurança e secretismo. O segundo desempenhou importantes cargos governamentais em administrações republicanas - secretário de Estado (Reagan), secretário do Tesouro e do Trabalho (Nixon) - presidiu aos destinos da poderosa Bechtel Corporation, uma das principais fornecedoras do Pentágono, e foi administrador do grupo financeiro Charles Schwab. A sua ligação com a Gilead remonta a 1996.

(http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/?p=3333)


No diário La Jornada, México, hoje, 28 de abril de 2009, num artigo da jornalista Silvia Ribeiro, sob o título “Epidemia de lucro”, lê-se:

“Com a gripe aviária, todas elas (as indústrias farmacêuticas multinacionais) obtiveram centenas de milhões ou alguns bilhões de dólares de lucros. Com o anúncio da nova epidemia no México, as ações da Gilead subiram 3%, as da Roche 4% e as da Glaxo 6%, e isto é só o começo.”

(http://www.jornada.unam.mx/2009/04/28/index.php?section=opinion&article=020a1pol)


E no site espanhol Sin Permiso, também hoje, 28 de abril de 2009, lemos num artigo do editor Mike Davis, intitulado “O monstro bate à nossa porta”:

“Roubando o protagonismo do nosso último assassino oficial, o vírus H5N1, este vírus suíno representa uma ameaça de ignota magnitude. Parece menos letal que o SARS (Síndrome Repiratória Aguda, na sigla em inglês) em 2003, porém, como gripe, poderia resultar mais duradoura que a SARS. Dado que as domesticadas gripes do tipo A matam nada menos que um milhão de pessoas por ano, incluindo-se um modesto incremento de virulência, especialmente se combinada com elevada incidência, [este novo vírus] poderia produzir uma matança equivalente a uma guerra importante.”

(http://www.sinpermiso.info:80/textos/index.php?id=2528)


Bem, ficamos aqui, por agora. Sem paranóia, temos de entender o “sistema”. Segundo o diário mexicano La Jornada, as mortes no México atingem as pessoas mais pobres, com deficiências nutricionais, de higiene, de agasalho, etc. Pobreza, eis a principal causa de vítimas fatais, a grande maior parte nas periferias urbanas e rurais, dessa mais recente contaminação urdida nos desesperos e alucinações macabras dos doutores sartanas que proliferam nesse mundo capitalista e globalizante. Outras mais letais, com certeza, já estão sendo sacudidas em seus tubos de ensaio.

Para não ficar muito longa esta edição, transferimos os comentários da Gazeta e outras informações para a próxima. Até lá.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Gazeta em forma de e-meio 84 - Especial

Comemorativa do Dia Mundial do Livro

QUERO ESTAR EM SUAS MÃOS!

Rodrigo Leste

Já faz uns cinco ou seis anos que não saio desta estante; às vezes perco a conta. Ou seriam seis ou sete anos?... Você que começa a ler esta minha pequena história talvez nunca tenha parado para pensar na dura realidade dos livros sem leitor. Não quero aborrecê-lo com queixas inócuas, mas é da natureza dos seres da minha espécie, os livros, a vontade, o incontido desejo de servir a vocês, os humanos. Esta é a nossa razão de ser, de existir. Ser esquecido em uma estante por anos a fio é a maior frustração que pode ocorrer na vida de um livro. E olhe que não devia estar me lamentando tanto: meu vizinho, “O Corcunda de Notre Dame”, comentou outro dia que já deve ter bem uns quinze anos que ninguém o retira da estante. Melhor sorte tem outro vizinho, o Senhor Brás Cubas: suas Memórias Póstumas foram solicitadas nas listas de leituras obrigatórias de alguns vestibulares e ele não para mais no lugar, sempre é retirado por jovens leitores.

– As traças me apavoram! É terrível, à noite, quando as luzes são apagadas e ouvimos, aterrorizados, o monótono e contínuo ruído do movimento de suas mandíbulas mastigando indefesas páginas. A monotonia de viver confinado às estantes produz melancolia, enfado. Não poucas vezes, quando consigo mergulhar em um sono mais profundo, sonho que fui tomado por empréstimo por algum leitor e saio outra vez para o mundo exterior, vendo-me livre dos muros desta masmorra em que se converte a biblioteca para os que são abandonados nas estantes. Que alegria ver de novo a luz do sol! Que prazer compartilhar a vida, o intenso e caloroso pulsar do mundo nas mãos de um leitor ou de uma leitora. Que delícia percorrer ruas, praças, parques, entrar na casa dele, ir aos lugares aonde vai e ser manuseado por ele ou por ela. Nada é melhor para um livro do que a sensação de ter na pele de suas páginas os olhos atentos de uma leitora. Nestes mágicos momentos, desfruto da grata satisfação de sentir que me torno um manancial de sonhos e desejos, indagações e dúvidas, divagações e certezas. Delicio-me quando cismo com ele à beira do abismo da existência e depois voamos juntos com as asas da imaginação das histórias que carrego no meu corpo.

Mas pior ainda do que as traças (posso afirmar que este medo aflige também aos meus semelhantes) é ser degradado à condição de um reles xerox ou ser aviltado pelos nefastos resumos que pululam na internet e se arvoram a traduzir em umas poucas e mal construídas linhas toda a complexidade de uma obra que algum escritor levou, às vezes, anos para elaborar. Estes dois sujeitos, xerox e resumo, são inimigos mortais nossos, os livros. É a danação da nossa espécie, é a traição maior que pode ser cometida contra os livros verdadeiros que devem ser lidos de forma integral em suas versões originais. Não quero me meter a herói, mas em nome de todos os livros, declaro guerra aos clones! E creio poder falar também em nome de todos os escritores, poetas, ilustradores e por que não, dos leitores conscientes que sabem que é preciso preservar os livros originais!

Para encerrar, gostaria de pensar que em um futuro próximo não venha ser só um sonho voltar a ter leitores em profusão. Quero acreditar que voltaremos a fazer parte da vida de pessoas de todos os tipos e idades que vão encontrar neste “admirável mundo novo” dos dias de hoje, com toda a sua complicada modernagem, a paz, o sossego, na simples companhia de um bom livro.

– Humanos: somos seus cúmplices eternos, sempre solidários; nossa missão é estar prontos e dispostos para ser abertos e nos oferecer inteiramente aos que nos queiram. Nossa entrega é completa, sem restrições. Querida amiga, querido amigo, quero estar em suas mãos!

________________________
A Conferência geral da UNESCO, reunida em Paris, em 15 de Novembro de 1995 proclamou o dia 23 de Abril "Dia mundial do livro e dos direitos de autor". Na mesma data é comemorado o aniversário de William Shakespeare. Também é lembrado o dia da morte de Miguel de Cervantes.

Revisão: Prof. Antônio Sérgio Bueno e Sérgio Fantini

Cópias e reproduções permitidas pelo autor

Rodrigo Leste é poeta e dramaturgo

e-mail: rodrigoleste@yahoo.com.br

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Gazeta em forma de e-meio 83

O Dia Mundial do Livro

Dia 23 de abril comemora-se, mundialmente, o Dia do Livro. A data, proclamada pela UNESCO, em 1995, nunca provocou muito entusiamo em nosso grande país, pequeno de leitura e a cada dia mais se distanciando das boas letras.

Acionada por Rodrigo Leste, que compôs um belo manifesto dedicado ao Dia, o qual será o texto e o tema do nosso Suplemento Literário deste mês, a Gazeta quer dar sua contribuição, o seu grão de areia, para que comecemos a mudar este quadro tão triste quanto vergonhoso para nós. O livro vem sendo, há 5.000 anos, o melhor veículo do conhecimento humano e humanista e, enquanto meio de difusão do pensamento, de acesso à informação e de perenização da cultura dos povos, permanece imbatível.

Ainda que não podemos negar a força deste novo veículo eletrônico de que dispomos há menos de duas décadas – e a Gazeta tem enfatizado isso –, sempre estaremos sujeitos a uma série de fatores externos ao nosso domínio, desde os poderes políticos, os financeiros, até os tecnológicos, para nos valermos dele.

O livro, não! Uma vez de posse dele, mesmo sem dinheiro, sem eletricidade, sem qualquer outro recurso externo e sem que ninguém possa nos impedir, seja à luz de velas ou do dia, é só abri-lo, e ele nos serve a íntegra de seu conteúdo. Além disso, é uma fonte permanente de prazer e de conforto existencial.

Sobre o livro, a este gazeteiro, ainda quando muito jovem, impressionou e impregnou em seu espírito uma leitura de Maquiavel cujos ensinamentos e prática desde então adota, pois o livro, e só ele, nos permite a plena vivência de momentos como os descritos por aquele grande mestre do passado no seguinte trecho de uma das suas famosas “Cartas” (Carta a Francesco Vettori – trad. Lívio Xavier – Ed. de Ouro, s/d [década de 1960]):

“Chegando a noite, de volta à casa, entro na minha biblioteca: e na porta dispo as minhas roupas quotidianas, sujas de barro e de lama, e visto roupas de corte ou de cerimônia, e, vestido decentemente, penetro na antiga convivência dos grandes homens do passado; por eles acolhido com bondade, nutro-me daquele alimento que é o único que me é apropriado e para o qual nasci. Não me envergonho de falar com eles, e lhes pergunto a razão de suas ações, e eles humanamente me respondem; e não sinto sinto durante quatro horas aborrecimento algum, esqueço todos os desgostos, não temo a pobreza, não me perturba a morte: transfundo-me neles por completo.”

Esta é a expressão mais certeira que este gazeteiro conhece sobre os sentimentos de quem lê, isto é, do leitor de livros. Já o texto de Rodrigo Leste manifesta, em parábola tão singular quanto singela, de protesto, a expressão dos sentimentos do que é lido nos dias de agora, “de complicada modernagem”. Ou seja, os protestos que imaginou manifestaria, se pudesse fazê-lo, o livro, este objeto-personagem fundamental da civilização que vive hoje um injusto esquecimento na indiferença de seus potenciais usuários, e que é igualmente nefasta para ambos, para o leitor e para o livro.

No dia 23 de abril, a Gazeta distribuirá por e-mail o texto de Rodrigo Leste. Mas, desde agora, ele já se encontra disponível no nosso Suplemento Literário, onde permanecerá como matéria de frontispício até o mês de maio. Para quem quiser ir até lá, agora mesmo, boa leitura: http://gazetasuplemento.blogspot.com/.


Um presidente da República em greve de fome e a bigodeira das oligarquias latino-americanas

O índio Evo Morales continua a dar lições ao mundo “civilizado”. Já está no quarto dia de uma greve de fome em protesto contras as oligarquias de seu país, que insistem em sabotar o regime democrático que agora ele preside e quer que exista de fato na sua nova Bolívia. Demonstra assim que a presidência de um país sem soberania não significa estar no poder, pelo menos enquanto a “democracia” desses países for de algum modo submissa ao sistema capitalista imperial.

Sua greve de fome, talvez a primeira de um presidente da República em toda a história, denuncia, acima de tudo, a farsa pseudo democrática que vimos vivendo em nossas repúblicas latino-americanas. A melhor palavra que temos em nosso léxico para definir o verdadeiro sistema político em que vivemos aqui é “coronelismo”, cujo significado implica o poder real mas ilegítimo e submisso a interesses forâneos. É contra tal poder a greve de fome e a luta de Evo Morales, contra os “bigodudos” daqui, serviçais dos “narigudos” de lá. E os vencerá, com certeza, como tem vencido, uma a uma, as batalhas anteriores.

Assim resenhou Fidel Castro em suas Reflexões de hoje, sob o título "A vitória inevitável de Evo": “O adversário não pode resistir aos seus disparos pacifistas. É possível que na madrugada desta segunda-feira se anuncie o acordo sem que se necessite de decreto presidencial, em virtude de uma lei do Congresso como desejava Evo. Cada hora que passa sem esse acordo multiplica a força e o apoio nacional e internacional ao presidente indígena da Bolívia. Os parlamentares de oposição já retornam correndo à negociação; é uma boa notícia.”

São eles, esses “bigodudos”, o que há de mais retrógrado e retardado em nossa história. São a própria caricatura do atraso. Infelizmente, o Brasil parece fadado a ficar sempre no último lugar desse atraso perverso. Aqui os “bigodudos” ainda mandam como sempre mandaram. Por isso, fomos os últimos a abolir das nossas leis a vergonhosa escravidão. Na Bolívia, em pouco tempo, Morales, contra “eles”, aboliu o analfabetismo. Cuba e Venezuela já o tinham feito, e os candidatos mais próximos a receberem o certificado da UNESCO de “países livres do analfabetismo”, que a Bolívia acaba de receber, são Nicarágua, Equador e, pasmem, Paraguai. Pelo andar da carruagem, ficaremos novamente em último lugar na abolição desse tipo de escravatura, que é o analfabetismo.

Nosso presidente precisa urgentemente aderir à greve de fome de Evo Morales.

Gazeta em forma de e-meio 83 - Convite

Aos artistas, companheiros, admiradores e amigos do samba e da resistência cultural;

Aos cidadãos belorizontinos e aos membros da comunidade do Conjunto Santa Maria;

Às autoridades municipais, estaduais e federais;

Ao povo sambista, povo brasileiro!

Às 10 horas da manhã de domingo, dia 19 de abril de 2009, na nossa quadra, vão rufar os tambores do samba na batida dos ritimistas da bateria da Escola de Samba Cidade Jardim. Será a abertura da comemoração do 48º aniversário da nossa querida agremiação, a mais tradicional e gloriosa das pugnas carnavalescas desta capital mineira.

Em seguida, músicos, cantores, passistas, sambistas e artistas que vêm honrando o nosso grêmio e os que convidamos para nos honrar com suas participações se sucederão na sequência alegre e fraterna do nosso melhor samba, sem hora para terminar.

Na retaguarda dessa alegria, o bar de Rita&Dino estará funcionando especialmente dentro da quadra, a preços solidários.

Nosso desejo é o de que, nesse dia, a nossa música e a nossa alegria - com a sua participação e a de todos os que você convidar e que serão, igualmente, nossos convidados -, sejam também uma manifestação:

Pelo renascimento da glória carnavalesca e sambista
de Belo Horizonte;

Pelo retorno do desfile das Escolas de Samba
ao centro da cidade;

Pela retomada do prestígio nacional da nossa arte;

Pela genuína alegria e graça do povo brasileiro.



Alexandre Silva Costa
Presidente do G.R.E.S. Cidade Jardim

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Gazeta em forma de e-meio 82

A política dos pulmões

É lisonjeira para nós, fumantes, a preocupação dos governantes e autoridades do mundo capitalista com a limpeza dos nossos pulmões e com a nossa saúde de uma maneira geral. Já estamos comemorando talvez duas décadas completas dessa incessante e persistente demonstração de apreço à nossa qualidade de vida e bem estar, através de maciças campanhas de propaganda em todos os meios de comunicação da mídia hegemônica, em paralelo ao farto noticiário “informativo” e “de opinião” que neles se publicam, além dos insistentes pronunciamentos das autoridades competentes sobre os males do tabaco e as terríveis conseqüências que produzem nos que se viciam ou se habituam em seu consumo nefasto.

Anteontem mesmo, como se para seguir a moda em curso nos países de “primeiro mundo”, o nosso ministro da Fazenda concedeu um polpudo “incentivo” às fábricas de automóveis e às empresas de construção civil da magnitude de 1,5 bi, sob a forma de renúncia fiscal, em troca de uma mísera estabilidade laboral de três meses para os empregados dessas empresas. E, para que essa conta não caísse em ônus do erário e nem na desgraça da nação, ele a enviou aos infelizes tabagistas na forma de um aumento de impostos, e justificou tudo alegre e espirituosamente: -“Com certeza, vai doer no bolso dos fumantes, mas é melhor que doa nos seus bolsos do que nos seus pulmões”.

Este gazeteiro não logrou a inteligência do raciocínio ministerial. Ora, se vai doer no bolso do fumante, haverá de doer também nos seus pulmões, não? Pois será preciso comprar o famigerado produto para que ele doa no bolso. Portanto, ao consumi-lo... ou será que o ministro estará sugerindo que este novo acréscimo fiscal saneará os males imputados ao denegrido capeta, a maldita ovelha negra da gloriosa indústria capitalista?

Mas há incógnitas mais relevantes e misteriosas no raciocínio ministerial. Em primeiro lugar, surpreende-nos que ainda haja no planeta fumantes suficientes para cobrir tamanha mordida orçamentária depois de tanta e tão maciça propaganda contrária, ao longo de tanto tempo. E propaganda cara, caríssima, faustosa até, praticamente toda ela paga pelo mesmo e onerado erário. Não seria o caso de revê-la, ver se está mesmo dando certo? Nas suas modestas condições de pesquisador de opinião, este gazeteiro realizou uma única entrevista com a dona Dilma, veterana caixa da mercearia que fica perto de seu mocó e que o serve de cerveja gelada, cigarros e outros vícios menores.

Segundo ela, os consumidores de tabaco são, em sua quase totalidade, trabalhadores braçais, em particular os biscateiros do bairro e os empregados das obras em curso nas cercanias, que preferem as marcas mais baratas ou o velho cigarro picado. Os que levam as marcas mais caras, às vezes, aos pacotes, são os aposentados ou, entre os mais assíduos, senhores como este gazeteiro e um outro que ela só sabe dizer que “escreve num jornal aqui de BH”. Reivindiquei para nós, os dois últimos, o título honroso de “trabalhadores intelectuais” e ela retrucou dizendo que “essa é uma desculpa velha”. Fim da pesquisa.

Mas não acabam aí as nossas dificuldades de compreensão com a preocupação pulmonar ministerial. Se bem entendi, estaríamos onerando os fumantes para aliviar os fabricantes e os compradores de automóveis? Ora, o leitor conhece bem o veneno mortal para os pulmões humanos e os de toda a natureza planetária, este que sai dos escapamentos dos automóveis, e nem pensa em olfatá-lo (desculpem-me o palavrão) de perto, a não ser que queira o suicídio em menos de dez minutos, com o carro ligado numa garagem fechada. Como meio de acabar com a vida, por acidente, por suicídio ou por ser causa de doenças graves (as pulmonares incluidíssimas), tal veneno já terá causado mais mortes do que as atribuídas aos mais horripilantes genocídios perpetrados contra a humanidade. Já os males do nosso nativo e ancestral tabaco - que o nosso avô Cunhambebe, tal como seus ancestrais ao longo de milênios, fumou desbragadamente até os 140 anos de idade, quando faleceu de tanto fornicar durante um dabacuri – estão tão bem comprovados “cientificamente” quanto o número de “seis milhões” atribuído ao total das vítimas do “holocausto” mais badalado e menos verdadeiro de que se tem notícia.

Então, ficamos assim, como disse Eduardo Galeano: “As fábricas e os automóveis podem fumar à vontade; nós, não!” E, se o fizermos, temos de pagar pelos prejuízos que as fábricas e os automóveis sofrem nas crises ou causam à sociedade. É isso, ministro?! Ou não é?! Explique-se.

Mas ainda não chegamos ao mais intrigante de tudo em relação a essas medidas anti crises pulmonares e bursáteis (sem troca d’alhos): nínguém fala em ferrovias, em transportes urbanos de massa (metrô e anexos modais), em vias fluviais, em navegação de cabotagem, em alternativas ao modus vivendi consumista-capitalista, do uso das energias limpas e renováveis; enfim, ninguém fala de Marcello Guimarães (se o leitor não sabe quem é esse sujeito, vá a este endereço e terá alguma informação: http://marioobras.blogspot.com).

E não acabou. Temos a outra grande parte incentivada pelos nossos poderosos pulmões de fumantes: as empresas de construção civil. Estas, porém, só se fizerem parte do big plano de um milhão de casas populares que o presidente bombasticamente vem anunciando. Claro, todas elas farão parte do big plano, por que não? Além de abiscoitar um belo incentivo, serão afortunadas candidatas a uma respeitável, ainda que somente prometida, bolada erária pública. Mesmo se esta não vier, o que terão a perder?

Surge aí, outra vez, a nossa crônica dificuldade de compreensão: mesmo sabendo que o deficit habitacional brasileiro é de 35 milhões de residências, onde será colocado, geograficamente falando, esse um milhão que haverá de diminuí-lo - benfazejamente, por certo -, para 34 milhões? Os futuros moradores devem começar a rezar para que sejam bem próximas dos centros urbanos as suas futuras residências; os preços de passagens dos ônibus suburbanos são impraticáveis. Hoje, uma família de bairro um pouco distante do centro urbano - nem precisa ser um bairro “de periferia” - já não pode desfrutar, por exemplo, de um domingo no parque. Dependendo do local onde mora essa família, talvez fique mais barato tomar um táxi do que ir ao parque de ônibus. O grande busilis aí é que tal família já não pode tomar um táxi há mais de três gerações.

Camarada presidente Lula! Pense bem, ou, se não quiser se dar a esse trabalho, consulte o seu colega presidente Chávez, da Venezuela. As nossas siderúrgicas estão paralisadas, as nossas indústrias demitindo e quebrando, o nosso comércio minguando. De que adiantam os três meses de salários para esses empregados? Só vão lhes aumentar o tempo de angústia pré-desemprego que, dizem, é pior do que a TPM em mulheres (mais conhecida como paquete).

Na Venezuela, tudo está a todo vapor. Em colaboração com a China, a França e a Itália, eles estão construindo treze mil quilômetros de ferrovias (28% já prontas, em operação) pelo país todo e estão com planos de ficar fazendo mais trilhos ainda, até a última vilazinha dos quintos dos Andes, durante ao menos vinte anos. E são trens modernos e velozes, que viajam entre 110 e 280 km/h. Todas as grandes cidades do país já estão providas de metrôs e complementos modais de transporte de massas (ônibus elétricos, teleféricos, bondes, barcas, etc). As siderúrgicas e as indústrias de lá trabalham 24 horas por dia, o desemprego está caindo para zero; haja gente para produzir e colocar tanto trilho, tanto dormente de concreto, construir obras civis, túneis, pontes, estações de passageiros, depósitos de carga e o escambau de infra-estruturas mil.

E tudo o mais se movimenta em torno disso, principalmente a produção agropecuária, a alimentação e o comércio, que lá também estão a toda, porque, aí sim, vale o plano de fazer casario nos dois lados desses trilhos todos, trazendo consigo gente, comércio, parques, escolas, hospitais, teatros, cinemas e etc, e, o mais importante, esvaziando os centros urbanos, num processo de reversão social revolucionária que, no futuro, poderá ser batizado de “êxodo urbano”. E não param aí: o rio Orenoco e seus afluentes, que formam uma bacia hidrográfica que atravessa o país de ponta a ponta, à maneira de um espinha dorsal, já está sendo trabalhado e dragado para ser quase todo navegável, seja para o transporte de carga, seja para o de passageiros. Assim também a navegação costeira, de cabotagem. A pequena propriedade vai, desta forma, sendo viabilizada, pois só latifundiários podem ter terras nos fins de mundo, evidentemente, com aeroportos particulares para seus aviões e helicópteros, bem como longas e inviáveis rodovias de asfalto ou de terra, sempre feitas com dinheiro público, só para o trânsito fugaz e improdutivo de suas limusines, vans e off-roads.

Faça como o presidente Chávez, camarada presidente Lula, e diga a seus ministros para não se preocuparem com os pulmões dos fumantes, mas, sim, com o fim da indústria do automóvel e do consumismo capitalista que, graças a Deus, já está à vista e haverá de pôr a salvo os pulmões estratégicos da natureza, além de permitir, enfim, o bem estar e a saúde da humanidade, dos animais, dos vegetais, dos rios, dos ares, das águas e oceanos.

Por que, se não, nós, fumantes, vamos ter de dizer a seus ministros pulmonarmente preocupadíssimos com o nosso bem estar e a nossa saúde (e que não estão nem aí para os nossos bolsos), aquilo que o nosso avô Cunhambebe costumava dizer aos que vinham aporrinhá-lo, não se sabe se por fornicar ou fumar demais:

- “Jaurá ichê!” (“Não amolem; é muito bom!”)