quarta-feira, 29 de abril de 2009

Gazeta em forma de e-meio 86

A teoria da conspiração

Sobre os fatos publicados na última Gazeta passamos a dar início à compreensão da inusitada ocorrência de vir a ser um bigboss de uma multinacional farmacêutica o ministro da Defesa (no caso, da Guerra) dos EUA e o chefe todo poderoso do Pentágono. Fica esclarecido naqueles fatos a até então obscura - omitida e até negada - realidade de que a indústria famacêutica, em princípio uma indústria que deveria ser dedicada à saúde e à paz, forma, ao lado da indústria bélica e da mídia hegemônica (outra indústria que, a princípio, deveria ser dedicada à informação e à paz), um dos principais tentáculos da política de guerra do Império contra o mundo.

É possível suspeitar, inclusive, diante daqueles fatos, que seja a indústria farmacêutica a mais poderosa e secreta arma de guerra atualmente manejada pelo Pentágono. Eis por que, no período de quintessência e auge das políticas chamadas neoliberais a serviço do Império, foi este órgão máximo da estratégia e ação belicista imperial encabeçado por um dos próceres daquela indústria.

Que o leitor não comece a pejorar esta introdução como uma “teoria da conspiração”: tal tem sido a reação quase automática de muita gente, toda vez que se toca em assuntos semelhantes. Hábito, aliás, implantado nas mentes humanas pela própria mídia hegemônica. Pois eis que o professor de Filosofia das Religiões da Universidade de Claremont, Califórnia, David Ray Griffin, atualmente dedicado ao desmantelamento do que ele chama a “teoria oficial da conspiração” do 11 de setembro de 2001, leciona que “acreditar numa teoria da conspiração significa simplesmente acreditar que um determinado fato é resultado de uma conspiração. Assim, segundo a interpretação do 11 de setembro dada pela dupla Bush-Chenney, que se converteu na interpretação oficial, os atentados foram o resultado de uma conspiração entre Obama Bin Laden e 19 membros da Al Qaeda. Essa versão oficial é, por conseguinte, uma teoria da conspiração.”

Podemos acrescentar a esse dito que toda a interpretação de fatos constitui-se, sempre, numa teoria. Tal teoria pode ser próxima ou distante da verdade dos fatos, dependendo do modo de observação da realidade. Se observada pela lógica formal, a realidade é vista apenas superficialmente e pode ser facilmente sujeita a manipulações. Este é, em geral, o modo de observação da mídia hegemônica quando quer manipular: se um sujeito é pego com as mãos sujas de sangue nas imediações de onde ocorreu um crime, então esse sujeito só pode ser o assassino da vítima, especialmente se a cor da sua pele for negra. Se observada pela lógica dialética, como nos tribunais de justiça, onde a busca da verdade se faz pela análise profunda dos fatos, através de provas científicas e pelas contradições dialéticas das partes de defesa e acusação, a sentença nada mais é, quando produzida por juízo competente e consciencioso, do que uma teoria bem sustentada na verdade dos fatos, a qual será válida, legalmente, para absolver ou condenar o acusado, não importando de que cor seja a sua pele. Isto apenas como exemplo.

Não temos aqui a pretensão de fazer julgamentos de quem quer que seja. Apenas reivindicamos o direito de fazer uma avaliação dos fatos a partir de informações fidedignas, em profundidade, e, aplicando a lógica dialética ao nosso raciocínio, elaborarmos nossas próprias teorias e discernimentos a respeito deles. Esse é um direito de todos, o qual está sendo sistematicamente negado à opinião pública pela manipulação da mídia hegemônica e suas interpretações capciosas dos fatos, sempre produzidas em raciocínios que mal se sustentam sequer na lógica formal quando não são totalmente absurdos ou verdadeiros insultos à inteligência do público.

O nosso direito de elaborar teorias sobre os fatos que nos ocorrem se alicerça na idéia de que precisamos delas para a busca de soluções para os nossos próprios problemas, sejam eles individuais ou coletivos, quando não para os problemas da Humanidade mesma, como é o caso que agora abordamos.

Se a indústria farmacêutica capitalista se posiciona como arma de guerra a serviço do Império - cuja cabeça ao que parece se reduz em cerca de 130 pessoas que se julgam proprietárias do planeta e se reunem às escondidas para tramar em cima de propósitos inconfessáveis e para conspirar contra a liberdade dos povos - como ficou claramente demonstrado pelos fatos expostos na Gazeta anterior –, isto significa uma séria ameaça à Humanidade, maior até do que a ameaça nuclear.

É, então, um direito de todos os povos do mundo pôr um fim a tão perigosa quanto ardilosa conspiração, que nos ameaça a todos e ao futuro da Humanidade e do planeta, e combater com contundência tudo o que lhe diz respeito, em particular o sistema que a engendra – o sistema capitalista, berço de quase todas as causas e razões dessa sórdida conspiração.

Esse combate já está se dando em várias latitudes e longitudes e, no caso brasileiro, é preciso que seja retomado com urgência a partir de estratégias e idéias próprias, as quais se fazem temas da próxima edição da Gazeta.