quinta-feira, 7 de maio de 2009

Gazeta em forma de e-meio 87

A hybris e o seu festim diabólico

A Gazeta aguardou o passar desta breve semana na qual, como esperava, haveria de murchar o balão midiático da “gripe suína”. De fato, do pânico delirante nas ruidosas manchetes de primeiras páginas há uma só semana até os discretos rodapés com breves comunicados da OMS que hoje se publicam, o que se passou na realidade? No entender deste gazeteiro, a melhor resposta a tal pergunta é: estamos no fade out de um exercício militar de “última geração”, para teste da nova arma de genocídio em escala global, a qual está sendo produzida pela indústria farmacêutica para camuflar-se como se fosse uma pandemia. Desta feita, ainda com “balas de festim”.

Ah, a teoria da conspiração... Sim, é ela. Coloquemo-nos no lugar dos famigerados “senhores da guerra”: nossa indústria bélica convencional ficou inviável; a economia das nações que a sustentam não a suporta mais e, se de todo as nações ainda não quebraram, não mais estão dispostas a mantê-la a tamanho custo. Atualmente só nos serve à retaguarda, na logística e como força de ameaça, mesmo assim em processo drástico de redução e sujeita à falência, sob todos os aspectos. O nosso braço midiático não funciona por si só; é preciso que haja a guerra, do contrário ele perde a força e também segue para a falência. Assim, em nossa luta contra a Humanidade – sim, a Humanidade é o nosso inimigo não declarado – temos de encontrar alternativas em que ela própria, a Humanidade, continue mantendo o oneroso esforço que fazemos para destrui-la.

Eis que alguns dos cérebros entre os mais privilegiados que a humanidade pôde nos fornecer e que mantemos sob contrato a nosso serviço, há muito vêm nos chamando a atenção para o potencial destrutivo e letal da indústria dos fármacos-químicos. Não é por menos que incluímos entre os nossos um dos mais poderosos próceres dessa indústria e até o pusemos na direção da nossa principal sede de comando.

Os primeiros ensaios só não foram melhores por causa da escolha equivocada do ente transmissor – as aves. A humanidade admira-as e as tem por belas e inofensivas, e não as viu, como desejávamos, como seres alados capazes de transmitir epidemias a toda parte; eis talvez o motivo pelo qual não funcionou adequadamente como ícone de comunicação, uma vez que não amendrontou o suficiente para causar o pânico necessário. Agora, com a mudança para o porco, animal horrendo e asqueroso, mais parecido conosco e amaldiçoado em diversas culturas, apesar de muito apetitoso, o efeito resultou bem melhor.

Logramos, de imediato, nada menos que cerca de dez bilhões de dólares só com a venda do Tamiflu, uma droga (droga mesmo, na acepção de porcaria, para ficarmos numa terminologia afinada com o novo ícone) adrede produzida para justificar o desembolso, pelos governos dos povos apavorados com a nova epidemia, em favor das nossas operações. Só o Brasil, por exemplo, não hesitou em desembolsar 200 milhões de dólares, de uma tacada, para a aquisição da droga. Conseguimos o México como base do “teatro de operações”, já que o seu governo, nosso aliado fiel, se via ameaçado pela mega manifestação popular que vinha sendo convocada para este 1º de maio, a qual foi abortada pelo pânico gerado. Também não podem ser considerados desprezíveis os lucros, ainda não totalizados pois estão em curso, que estamos fazendo com as vendas dos paninhos “tapa bocas” (nos diversos sentidos), a sete dólares a unidade.

Há que considerar também as facilidades das novas leis que, emuladas pelo pânico, estão sendo votadas em congressos de vários países a baixo custo de lobby, e que vão nos permitir coisas tais como invadir e ocupar residências particulares e propriedades privadas, fechar estabelecimentos comerciais, cancelar eventos esportivos e de entretenimento, e otras cositas más, sem a necessidade de mandato judicial. Além disso, estamos envidando esforços no mesmo sentido, junto aos poderes republicanos assustados de diversos países, para que possamos fazer o mesmo com propriedades e estabelecimentos públicos e até declararmos toques de recolher e quarentena de cidades e regiões inteiras, bem como controlar totalmente o trânsito por quaisquer vias terrestres, aéreas, marítimas e fluviais. Almejamos, para breve, conseguir também o controle total dos meios de comunicação, igualmente por quaisquer vias de difusão - eletromagnética, eletrônica, impressa, etc -, com poderes para fechar órgãos não aderentes e prender os responsáveis por veiculação de informações subversivas (imprensa comunitária, alternativa, ideológica ou de resistência), do que, aliás, já temos ensaios bem sucedidos em países como o Brasil e a Colômbia.

Tudo isso com apenas oito mortes, o equivalente a um desastre rodoviário fatal de uma só e velha kombi!

Ah, e o que é importantíssimo: obtivemos preciosas bibliotecas estatísticas, com detalhes quase microscópicos e em escala global! Um verdadeiro Google Earth do medo e do pânico. Podemos fazer agora cálculos bem precisos do que ocorrerá quando usarmos munição verdadeira...

O nosso maior problema no momento tem sido aquele mesmo que tivemos na época das armas nucleares. Ainda não conseguimos uma arma seletiva, isto é, uma arma que fulminasse apenas os inimigos que programássemos e não se voltasse contra nós mesmos e nossos aliados. Uma vez que os mais capazes entre os cérebros que temos sob contrato já declararam não ser possível a identificação étnica dos seres humanos através da engenharia genética, estamos agregando ao nosso arsenal a agroindústria, a indústria alimentícia e as grandes redes de comércio varejista (supermercados). A idéia é fazer com que o inimigo seja alimentado com determinadas substâncias geneticamente modificadas e projetadas para que, depois de algum tempo, o faça propício e identificável para a disseminação “cirúrgica” das futuras epidemias. Assim, será bastante nos preservarmos de ingerir tais alimentos (o que, para nós, é facílimo) para que fiquemos a salvo das nossas futuras armas de destruição em massa e possamos destruir completamente o inimigo, sem maiores danos colaterais ou de culatra.

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O jornalista Thierry Meyssan, editor do excelente site RedVoltaire, analisa assim a situação, em recente entrevista publicada no mesmo site:

“Washington optou pela ‘fuga para adiante’. Henry Kissinger tem afirmado que a crise criou uma ocasião inesperada para acabar de impor a globalização explorando o debilitamento dos que se opõem a esse processo. Essa forma de pensar é, a meu ver, um sintoma da hybris, o delírio do poder. Esse tipo de raciocínio já levou mais de um império à sua própria destruição. Washinton pretende sair da crise redesenhando o mundo de acordo com a sua própria conveniência, porém sem modificar a si mesmo. Isto pode levar a uma ruptura brutal.”

(entrevista completa em espanhol: http://www.voltairenet.org/article159890.html)

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A promessa da última Gazeta, de nos dedicarmos à análise das saídas que se vislumbram no horizonte para nós, a Humanidade, o alvo desses delírios de poder, fica outra vez postergada, ainda que este gazeteiro não veja a hora de começar a redigi-la.